“Ser ou não ser?” um cachorro!
Às vezes eu queria ser um animal!
Um cachorro, por exemplo, que deitado
Ali em frente da casa que não é sua
Olha para o nada, a procura de não sei o quê,
Mas que não me parece solução racional.
Do tipo, pagar suas contas. Sabes por quê?
Porque suas contas não vencem amanhã.
Até porque não tem contas! E nem faz conta
Que sem contas, nada contra, tudo conta a seu favor.
Não se aborrece com vizinhos e suas risadas
Ou entristecesse com as atrapalhadas do amor.
Mas, também, às vezes não queria sê-lo.
Porque às vezes me vejo a detê-lo.
Privo-o, com um alto grito, seu sono,
Enxotando, que dorme, o amigo do homem
Aqui em frente da casa da qual sou dono
De repente não o vejo. Em disparada, somem.
“Ser ou não ser?” um cachorro!
Que difícil decisão ser, por mim, tomada.
Não pagar contas, dormi despreocupado,
Ou, de súbito, de mim levar uma pancada!
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